Como ser aprovado no Concurso de Admissão (CA)?

Simples! Estude!

         Vejo que muitos candidatos compram apostilas como se fossem elas as responsáveis por suas aprovações, quando na verdade se tratam de meros acessórios. O que recomendo é o estudo por livros de referência, tais como os do edital ou similares a eles, ficando as apostilas responsáveis pela revisão do conteúdo estudado.

           Mas por que livros?

     Porque são dos livros que vêm as questões, não das apostilas. Os livros didáticos são desenvolvidos para adestrar o aluno ao conteúdo, começando por exercícios fáceis e depois apresentando problemas mais sofisticados, além de apresentar diferentes formas de cobrança do conteúdo. Por isso, faz-se necessário o uso do livro.

 

 Pode-se estabelecer algumas afirmativas acerca da prova da ESA:

• É uma prova objetiva;
• Possui poucas questões de cada matéria;
• Segue um padrão de questões;
• Não dá margem a chutes;
• As questões têm pesos iguais;
• Estabelece uma quantidade mínima de acertos - 50% em cada matéria;
• As questões têm enunciado pequeno, não ultrapassando 2 linhas;
• Não há a ocorrência de figuras, tabelas, quadros ou gráficos;

         Partindo dessas afirmativas, percebe-se que a prova da ESA segue uma linha de raciocínio bem definida.

Prova fácil?

         A prova da ESA pode enganar a muitos, por parecer muito simples. O fato é que se trata de uma prova em que há poucas questões, muito objetivas, e com muito conteúdo a ser estudado. É uma prova em que toda questão faz muita diferença e, por isso, deve-se estudar todos os assuntos com muita seriedade.

Mas o quão a fundo estudar?

         É sempre bom se basear no edital. Neste você encontrará a relação de assuntos a serem estudados e as bibliografias sugeridas. A prova da ESA não exige um conhecimento avançado nos assuntos, mas os detalhes deles.
          É importante lembrar que o candidato deve trabalhar em cima do nivelamento de seu conhecimento. Se tem facilidade em geografia mas tem dificuldade em matemática, é necessário fazer um esforço maior em matemática mas sem esquecer de geografia, para que assim não haja surpresas na hora da prova - muitos candidatos acertam muitas questões em determinada matéria mas são eliminados por não atingir os 50% em outra.

         Nesta parte faz-se necessário dividir o raciocínio de acordo com as matérias a serem cobradas, já que não há uma regra geral.

Em português:

        É cobrado o português culto, com foco em Gramática, Interpretação de Texto e Literatura. A parte de Interpretação de Texto costuma corresponder a 40% da prova, Gramática a 40% e Literatura a 20%.

        Deve-se estudar português sem enrolação, para não ser enrolado na hora da prova. Português será cobrado em redação também.

       Em Literatura, deve-se focar nas características de cada período, seus autores e as principais obras.

Em matemática:

      A matemática sempre é tida como "o bicho de sete cabeças", sendo uma das matérias mais odiadas, se não a mais odiada. Comece os assuntos pelo começo, pois eles são cumulativos, o que significa que se você não for bem em um conteúdo necessário para estudar outro conteúdo, você não aprenderá o segundo ou achará impossível. Exemplo? Logaritmos! Com certeza é o assunto mais odiado por todos, o coitado do logaritmo inofensivo. Por que logaritmos são tão difíceis? Porque você provavelmente não aprendeu direito radiciação, potenciação, funções exponenciais etc., tornando o assunto realmente muito difícil ou, ainda, não aprendeu o principal do assunto, que são as propriedades (tem que decorar mesmo, jogue duro).

         Não atropele a lógica, adapte-se a ela.

         As questões da prova da ESA estão nos livros, responda-os e seu sucesso será garantido!

Em história:

     É muito importante estudar todos os conteúdos de um modo geral e, simultaneamente, fazer resumos.

        Nestes resumos deve estar tudo o que você sabe que pode esquecer com facilidade e, além disso, todas as datas, tratados, revoltas, criações, do período que está sendo estudado.

     É importante lembrar que na ESA não é cobrada a ideia geral de um período, mas sempre características relevantes desses. Por isso, é necessário decorar de cor e salteado todos esses fatores para que não haja surpresas.

Em geografia:
         Esta parte é bem delicada.

       A geografia da prova da ESA é cobrada em todas as suas exceções. Novamente percebe-se que não é cobrada a ideia principal do assunto. Nesta parte, deve-se decorar todas as especificidades no que se refere ao clima, relevo, hidrografia, solos, vegetação, biomas etc., e entender a questão da Amazônia, do aquecimento global e do crescimento populacional no Brasil.

       As seis questões que são cobradas na parte de geografia são responsáveis por eliminar um grande número de candidatos todos os anos.

Em redação:

        A redação cobrada na ESA é do modelo dissertativo-argumentativo, parecida com a do ENEM, diferenciando-se pela possibilidade de optar por utilizar letras de forma e de trazer ou não uma proposta de intervenção ao problema apresentado (tema).

         A correção da redação é mais criteriosa que a do ENEM e, por isso, elimina muitos candidatos todo ano.

         O texto tem que :
- Seguir a norma culta da língua portuguesa;
- Apresentar título;
- Ter menos de 30 e mais de 20 linhas;
- Ter letra legível e agradável aos olhos;
- Ter estrutura bem definida;
- Ser coerente - ter ideias bem definidas, que não se contradizam e que não fujam do tema proposto;
- Ser coeso - o candidato tem que demonstrar domínio da língua portuguesa;
- As margens devem ser respeitadas;
- Não apresentar erros ortográficos.

         Os parágrafos devem ser do tipo "parágrafo-padrão" e o texto deve apresentar introdução, desenvolvimento e conclusão. Tudo o que foi estudado em gramática deve ser colocado em prática na hora da redação. Eu perdi 0.6pt por ter escrito 6x a palavra "órgão" sem o acento. Fica a dica! A correção da ESA é bem criteriosa e eles costumam "errar" para menos.

Em inglês:

        A parte de inglês cobrada na ESA em nada foge do que foi visto no ensino médio e se caracteriza por estar no nível fácil. Os próprios livros do ensino médio e o uso de aplicativos como o Duolingo e o Memrise já garantem que você acerte pelo menos uma questão das quatro e não seja eliminado.

Só estudar? Mas e o teste físico?

        Se você optou pela carreira militar, pressupõe-se que você não seja um sedentário obeso. Levando em conta isso, veja o calendário de eventos no Manual do Candidato para ter uma noção de quanto tempo você vai ter para treinar - esse tempo costuma ser em torno de 6 meses. Desse modo, é totalmente possível começar a treinar logo após fazer o Exame Intelectual (EI), já que o tempo é longo e os índices cobrados para os exercícios são uma piada, se comparados aos índices normais que serão exigidos no curso.

          Conclusão: o mais importante é o intelectual, você terá tempo para treinar os exercícios e dar o seu melhor. Entretanto, se tiver condições, comece o quanto antes.